26/04/2016

Que país é esse? (1)

        Faço-me com frequência a pergunta que nos propõe a banda Legião Urbana e, com frequência, sinto dificuldades em encontrar uma resposta. É um país estranho, esse Brasil!
        Uma forte onda bate por baixo de uma ciclovia e derruba um pedaço dela junto com dois ou três ciclistas que passeavam por ali; duas pessoas mortas é o saldo da tragédia, por enquanto.
        Engenheiros brasileiros, não se sabe movidos por quais razões, se apressam em dizer que uma ciclovia jamais deveria ser construída naquele lugar sujeito à influência da ressaca marítima, enquanto a  internet se enche de fotos de pontes construídas em outros países há muitos anos levando chicotadas marítimas uma atrás da outra e continuam lá; aqui, a ciclovia não suportou três meses de lambadas marítimas. Onde será que andam as entidades que representam engenheiros e arquitetos do Brasil que não erguem a voz nessas situações?
        A imprensa entra na apuração e não demora a descobrir que as duas construtoras responsáveis pela obra da ciclovia são empresas controladas pela família do secretário de turismo da prefeitura do Rio de Janeiro. Empresas da mesma família já ganharam licitações da ordem de 200 milhões da prefeitura, por sua vez controlada pelo interlocutor preferido do ex-presidente Lula, o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
        Chama-se Tim Maia a ciclovia; depois do acidente, circulou um meme pela internet em que o cantor ordenava: “Tirem meu nome dessa porra; eu nunca dei nenhuma bola pra ressaca!”
        Dá pra levar a sério este país ? No próximo capítulo desta série vamos falar da palestra de Joaquim Barbosa, O Impoluto, enxergando inconsistência no processo de impeatchment de Dilma Rousseff.
        Vamos expulsar a Samarco da mineração brasileira, acessando o link abaixo e assinando o abaixo-assinado: 











14/04/2016

Mitos Insepultos (5)

- Agora me digam o que vocês fazem pelo meio ambiente ?

- Nós? Ora, nós estudamos o impacto do pum dos bovinos sobre o aquecimento global!

        Parece brincadeira de mau gosto, mas é assim mesmo: a agenda do futuro – conter o aquecimento global – tomou conta de tudo, do espaço, do tempo, dos recursos para estudos e pesquisa, da energia de ambientalistas, órgãos ambientais, parlamentares e partidos que se dizem centrados na causa ambiental. Tomou conta até do debate nas redes sociais. Lamentável!

        A agenda do presente, das emergências do presente – e são muitas e gravíssimas! – tem sido desprezada, aviltada. Uma empresa, a Samarco, soterrou de lama um rio encantador a noroeste de Minas Gerais, matou várias pessoas, pintou e bordou com todo tipo de bioma, e quase seis meses após ter promovido o maior desastre ambiental da história do país ainda está lá, driblando multas e na iminência de escapar de todo o tipo de punição. O abaixo-assinado que eu propus para cassar o direito de a empresa continuar na mineração brasileira ainda não atingiu mil assinaturas. (Eu disse MIL ASSINATURAS)
        A Kinross, mineradora vizinha à Samarco, produz ouro na mina e câncer – muitos casos! – em pessoas da comunidade, mas continua lá, minerando e trabalhando, impune, tranquila. Existem, sem controle e fiscalização, mais de 600 represas de rejeitos de mineração iguais ou maiores que a represa da Samarco que estourou e causou danos irreversíveis em diversas comunidades e matas e fauna.
        Existem no Brasil inúmeros rios ameaçados de morte por destruição de matas ciliares e assoreamento, rios importantes como o São Francisco, o Tapajós, entre vários outros. O desmatamento da floresta amazônica, das matas ciliares, tudo persiste. Parlamentares são pagos regiamente para virar as costas para os problemas ambientais. Os órgão ambientais aplicam multas mas não conseguem receber nenhuma. É tudo uma grande pouca vergonha!

-Mas o que vocês fazem na entidade onde trabalham, hem?

- Nós estudamos o impacto do arroto bovino no aquecimento global!

- Aaaaaah, bom!

Acorda Brasil! Vamos expulsar a Samarco da mineração deste país! Acesse o abaixo-assinado pelo link:






12/04/2016

Mitos Insepultos (4)

        A Kinross, mineradora de Paracatu, município vizinho a Mariana, a noroeste de Minas Gerais, está recrutando novos funcionários para diversos setores. Preciso avisar aos interessados: contratem um bom plano de saúde e façam, antes,  seu testamento. As chances de você pegar câncer em Paracatu são enormes.
        A Kinross explode rochas o tempo inteiro em busca do ouro que ela exporta para o Canadá. As explosões liberam uma fumaça branca com alto teor de arsênio, substância altamente cancerígena. Existem centenas de pessoas com câncer no município e a empresa nega que seja ela a causadora do problema. A diretoria do Hospital de Câncer de Barretos confirma, entretanto, o número assustador de pacientes que moram ou trabalham na área de influência das explosões da Kinross.
        A Kinross tem a mesma índole de sua vizinha Samarco, resultado da sociedade da Vale do Rio Doce com a australiana BHP Billinton. Praticam crimes contra a comunidade e o meio ambiente, mas tentam sempre negar e escapar de toda e qualquer punição !
        No próximo artigo falaremos do grande mito do ambientalismo, o efeito estufa.

Vamos expulsar a Samarco da mineração brasileira ! Assinem o abaixo assinado por este link:




Vítimas da Kinros 

Mineração em Paracatu

Desastre em Mariana



04/04/2016

Mitos insepultos (3)

        De todas privatizações, nenhuma trouxe tanta contrariedade aos militantes do PT como a da Vale do Rio Doce, sentada há muitos anos nas jazidas minerais da Serra de Carajás. Pode-se dizer que a oposição à entrega da empresa à iniciativa privada teve dois tipos de motivação: o primeiro veio dos dinossauros do partido – e há muitos deles no PT ! – para os quais é inadmissível que os recursos minerais, patrimônio da nacionalidade, sejam explorados por particulares ou “pelos capitalistas inescrupulosos”, como preferem chamar os empresários privados; a segunda motivação veio dos corruptos – e também há milhares deles no PT ! – que simplesmente não querem que certos “filões” caiam nas mãos de quem não paga propina e nem pixuleco aos mandatários da agremiação.
        É desse jeito que devem ser entendidas as patifarias que a empresa tem aprontado nos últimos tempos. Isso explica, por exemplo, a indignação da presidente Dilma frente às atitudes do executivo Roger Agnelli (morto há pouquíssimo tempo em desastre de avião em São Paulo) quando esteve na presidência da empresa, tentando realizar uma gestão profissional. O período Roger Agnelli foi o mais próspero da história da empresa, mas Dilma o bombardeou com tal intensidade que o Conselho Gestor não teve como mantê-lo, capitulou em maio de 2013, afastando-o.
        Não acredito que tenha sido mera coincidência a série de desmandos registrados após a saída de Agnelli:

- Mais adiamentos na exploração do potássio do Sergipe. A demora já deve ter superado a espera pela exploração do mesmo potássio por uma empresa do Grupo Lume (descobriu-se que a inércia do Lume era por pixuleco de grupos internacionais exportadores de potássio para o Brasil).


- Desastre ambiental de Mariana (MG), o mais grave da história brasileira, da responsabilidade da Samarco, empresa da Vale em sociedade com BHP Billinton, australiana.

- Tentativas de toda ordem de a Samarco fugir da responsabilidade pelos crimes que cometeu em Mariana; quase seis meses após o desastre, as vítimas não foram indenizadas e nenhum plano de recuperação do meio-ambiente em sintonia com as exigências legais foi apresentado.

- Farta distribuição de verbas para políticos que detêm algum poder de ingerência nas atividades da Vale do Rio Doce, seja no Pará, Minas Gerais, ou no Espírito Santo.

No próximo capítulo da série “Mitos Insepultos” continuaremos a falar de “As riquezas do Subsolo pertencem à Nacionalidade Brasileira”, tudo para encobrir muitos outros crimes hediondos.


Ainda dá tempo de evitar mais crimes. Vamos expulsar a Samarco da mineração no Brasil. Assine o abaixo- assinado pelo link: