22/10/2014

O dilema de Aécio

        A equipe de Aécio cometeu, a meu ver, dois erros estratégicos graves que podem custar-lhe a eleição:

1º) Deixar em aberto, sem nenhum desmentido ou contraposição, a história do abastecimento da água em São Paulo, apontado por Dilma como o " jeito tucano de governar".

2º) As declarações de Armínio Fraga de que fará, uma vez investido no cargo de Ministro da Fazenda de Aécio, ajustes nos três bancos estatais - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES - que podem levá-los quase ao aniquilamento.
        A denúncia de que o governo tucano paulista negligenciou o problema de água, não fazendo os investimentos que precisavam ser feitos em reservas adicionais ao sistema Cantareira, foi levantada primeiro por Paulo Skaf, adversário peemedebista do tucano Geraldo Alckmin, e reapareceu agora em escala federal na campanha de Dilma. Alckmin estava tão bem posicionado nas pesquisas que se deu ao luxo de virar as costas para tudo o que Skaf disse ou deixou de dizer. Se fizer o mesmo nessa escala nacional, Aécio pode perder a eleição.
        Armínio Fraga, por sua vez, mirou exclusivamente nos mercados ao falar o que falou sobre os bancos estatais; esqueceu-se de que nem tudo o que agrada os mercados agrada também os eleitores. Os mercados detestam subsídios e os eleitores sabem que eles, os subsídios, são extremamente necessários num período de juros colocados na estratosfera. São necessários para irrigar a micro e pequena empresa de créditos, para financiar a casa própria, para alavancar o consumo e  driblar certas ondas recessivas, aliás, como o PT fez muito bem no período Lula.
        São, enfim, dois pontos a merecer rápida e grande reflexão por parte de Aécio se é que ele entrou nessa balada para vencer.

(Imagem de Aécio)
 

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