11/10/2014

Velha injustiça com a sogra (4 de 5)

       No domingo à noite soubemos que na segunda-feira era ponto facultativo nas instituições de Saúde, de modo que as atividades no Lucy Montoro não seriam normais. A tarde seria de descanso e a manhã dividida em algumas reuniões temáticas, por disciplina. Ainda estávamos no quarto quando uma das enfermeiras chegou com instruções: deveríamos descer para o “menos um” e ali procurarmos uma sala onde ocorreria uma reunião com a Psicologia. Assim fizemos.
       Era uma sala apertada, onde uns doze cadeirantes tiveram dificuldade para se acomodar. Logo chega a coordenadora e diz: - Hoje, um de cada vez, todos terão a oportunidade de contar a sua história e dizerem porque estão aqui.
       Não deu nem tempo. No mesmo instante, um homenzinho acomodado à minha direita pediu a palavra e mandou ver. Em menos de dois minutos derramou ali uma série de tragédias que haviam ocorrido com ele, deixando nós todos compungidos e perplexos; em seguida, deu uma respirada e continuou... “aí, aí, morreu minha sogra “. Não conseguiu continuar. Uma paciente com um rostinho redondo, malicioso, o interrompeu para dizer:
      - Morreu sua sogra ? Para por aí! Que ótimo! Ainda bem que aconteceu algo de bom com você, depois de tanta tragédia!            
       A reunião terminou para mim. Dei risada por mais de meia hora.


(Uma anedota sobre sogra)

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