04/11/2014

Amigos & opções políticas

        Escolho amigos pelo caráter. A falta de caráter de amigos já me trouxe enormes dissabores. O mau caráter se revela nos momentos de crise, crise no trabalho, crise por razões financeiras, crises passionais. Há nomes - Elói, Francisco, Gustavo - que só em ouvir já me provocam urticária. Foram pessoas que me trouxeram grandes decepções. Com essa onda de reciclagem, descobri que há lixo melhor que elas.
        Formei meu caráter ainda na passagem da adolescência para a juventude, quer dizer, quando acordei para a vida já tinha caráter firme, inexpugnável, sujeito a qualquer prova. Digo isso porque já fui submetido a muitas provas e hoje posso dizer que fui aprovado em todas elas, com louvor. É o grande patrimônio que carrego comigo, do qual me orgulho, sempre me orgulhei.
        Tenho amigos que votaram no PT nestas eleições; se me perguntam, digo que o PT está a cada eleição mais parecido com o antigo PDS ou a antiga Arena - quem tem a minha idade, lembra-se muito bem de um e da outra. Eu, entretanto, não escolho meus amigos por sua preferência política e nem por sua cor ou opção sexual. Tenho amigos negros, gays e sempre os considerei bons caráteres. O caráter é que importa! Não tenho, nunca tive e nunca terei amigos na direita radical, pois essa opção política é sinônima de completa falta de caráter.
        Já votei no Lula para tentar barrar a subida do Collor à presidência, por sorte ele perdeu daquela vez; fiquei apavorado quando percebi que nossa opção nestas eleições estaria entre Marina e Dilma e talvez as circunstâncias me levariam a votar novamente no PT. Um amigo, tucano desde criancinha, Sandro Vaia, a quem confessei minha dúvida, deu-me o que pode ser considerado um chacoalhão e me fez desembarcar definitivamente na campanha de Aécio, que, a meu ver, mereceu a vitória.
        Dali em diante, prestei mais atenção na Marina, resolvi todas as dúvidas que eu tinha a seu respeito, e hoje entendo que ela seria também uma boa opção para o País. Consolidei também nestas eleições minha visão de que o PT envelheceu, deixou-se corromper, deveria ser desalojado do poder por uns tempos, ficar de 10 a 12 anos no estaleiro, fazer um “mea- culpa” de seus erros, renovar-se. Se não fizer isso em breve, terá um fim melancólico, me-lan-có-li-co. Mais esses quatro anos de poder podem transformar o Partido dos Trabalhadores, o partido dos Operários Metalúrgicos, no partido mais corrupto da história da República.





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