23/12/2015

O último CQC

       Foi triste. Dan Stulbach, Marco Luque, Rafael Cortez, Juliano Dip, Lucas Salles, Maurício Meirelles e Erick Krominski fizeram, nesta segunda-feira, dia 21 de dezembro de 2015, o último Custe o que Custar, o CQC, incomparavelmente o melhor programa da TV brasileira; todos eles, exceto Juliano Dip e Erick Krominski, riram e fizeram rir do próprio desemprego.
        Juliano Dip encerrou sua participação com coragem e audácia: tudo o que deve ter sido proibido de dizer da Samarco, descarregou sobre outra mineradora (tinha de ser uma mineradora!) – a Kinros,  que extrai ouro das terras de Minas Gerais (Paracatu, a noroeste do Estado), exporta para o Canadá e deixa nuvens de arsênio (um veneno pra lá de cancerígeno) de presente para a comunidade.
        Erick  Krominski foi com uma equipe de cinco pessoas mostrar a insegurança nos ônibus de Paraty, ela mesma, a “encantadora” cidade do litoral sul-fluminense que todos os anos abriga a maior festa literária do Brasil, a Flip. Há poucas semanas, 16 pessoas foram atropeladas e mortas num ponto de ônibus da cidade. Krominski foi à prefeitura cobrar providências para as questões de segurança no transporte coletivo e foram recebidos, ele e toda sua equipe, a socos e pontapés. Tudo na frente do prefeito Carlos José Gama Miranda, o popular Casé, que ainda em maio diz ter sido vítima de um atentado, quando levou dois tiros.
        O último CQC nem mencionou o nome da Samarco. Curiosamente, o programa vinha apresentando a melhor cobertura do MAIOR DESASTRE AMBIENTAL do País, causado por negligência da empresa belgo-brasileira, que em 2014 teve nada menos de US$ 2,5 bilhões de lucro. Seria capaz de apostar que há o dedo dela no desaparecimento do CQC.
        O fim do CQC deixa a televisão brasileira bem mais pobre.

VAMOS REDUZIR A INFLUÊNCIA NEFASTA DA SAMARCO NA VIDA BRASILEIRA. ASSINEM O ABAIXO-ASSINADO:


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