31/12/2018

MANDEM RÓTULOS... UM SEMPRE PEGA!


Por Dirceu Pio

        Nazistas, fascistas, neonazistas, extrema direita, bolsonaristas, bolsonazi, bolsominions – o que mais?

        Derrotados, frustrados, inconformados, os adeptos do #elenão e do #lulalivre, por vezes unidos, usam rótulos atrás de rótulos  para tentar  definir os novos personagens que se impuseram pelo voto naquele histórico 28 de outubro de 2018.

        O rótulo serve a todos os propósitos de quem não quer aceitar a derrota: nivela por baixo o inimigo e transporta, dissimuladamente, rancor, frustração e ódio... De tanto insistir, um deles vai pegar...

        Fazem todos, os derrotados, uma péssima leitura dos dados da política... Estão convencidos de que o novo governo tem total semelhança com aquele outro, instalado em 1990, de Fernando Collor de Mello – quando um outsider foi eleito e como todo outsider, imaginam, é ave de voo curto, que deve ir ao chão na primeira tempestade...

        Como já sabem que as tempestades demorarão a aparecer, inventam algumas só para observar como o novo governo se comporta... Imaginem que a turma do #lulalivre chegou até a comemorar a “descoberta” do PC Farias do Bolsonaro – o assessor do senador Flávio, o pobre Fabrício Queiroz, que do PC Farias só tem mesmo o bigode, ainda assim só quando não faz a barba... Seria até engraçado se não fosse ridículo...

MELHOREM, MELHOREM

Que melhorem todos o senso de observação... Jair Messias Bolsonaro em quase nada se parece com Fernando Collor de Mello, a começar pela idade: enquanto o primeiro chegava ao poder máximo da República com 39 anos, o novo presidente assumirá seu posto com 63 anos e com pelo menos 30 anos de vida parlamentar.

        Mas a grande diferença está na motivação dos eleitores: Collor foi eleito como reação do eleitor à ineficácia do governo em combater a maior inflação já enfrentada pela nação, um processo que se iniciara ainda no governo militar e resistira a dois planos heterodoxos...

        Bolsonaro, não! Foi eleito com a inflação absolutamente sob controle e dentro de uma onda avassaladora de rejeição ao socialismo corrupto, em todas as suas faces e vertentes, dentro e fora do PT.


        Bolsonaro foi eleito também por uma onda, não menos avassaladora, de rejeição aos privilégios de toda espécie que toma conta das instituições, políticas, sindicais, corporativas... É como se o pote, enfim, tivesse transbordado...

ERA ÚNICO

        Bolsonaro foi eleito também porque mais de 57 milhões de eleitores enxergaram nele o único candidato capaz de combater a corrupção com firmeza e enfrentar os privilégios.

        Ah, mas afinal qual o perfil das pessoas que o apoiam? Não quero ser cínico a ponto de dizer que todos são cidadãos de bem e que tudo farão para manter a ordem e o respeito ás instituições.

        Há de tudo um pouco no balaio de apoiadores de Bolsonaro assim como houve de tudo no balaio que elegeu Lula ou Dilma. Ou entre os quase 50 milhões que ainda em 2014 votaram em Aécio Neves.

        Ninguém consegue formar uma maioria exclusivamente de santos.

        A generalização produzida por rótulos é que é sempre de má fé, quando não criminosa...




19/12/2018

Mandou mal, hem Fernanda?


Por Dirceu Pio

        Só hoje, 19-12, encontrei tempo para comentar o discurso de Fernanda Montenegro, já amplamente debatido na internet, durante a solenidade de entrega dos prêmios “Melhores do Ano” no programa dominical de vasta audiência, conduzido por Fausto Silva...

        Nele, a atriz chama a internet de “terra de ninguém” para, em seguida, num tom veemente, defender a sua classe, a artística, atacada “por uma visão negativa, torpe, agressiva”...

        Ainda sem explicitar quem acusa, saiu em defesa de seus pares, bradando: “Não somos responsáveis pela corrupção deste país através da lei Rouanet. É preciso que busquem as gangues onde elas estão... Não somos corruptos... somos dignos, temos uma profissão extraordinária”.

        Saiu de cena e largou esse palavrório um tanto desconexo no ar...

        A turma do #elenão não parou de aplaudir até agora e a turma do #lulalivre também gostou, embora comemore com mais discrição... Não deve ter gostado da frase “é preciso que busquem as gangues onde elas estão”... Diria que bem copidescado, o discurso de Fernanda desceria redondo pela goela de todos eles...

INCOERÊNCIA

        Chamo atenção primeiro para a incoerência – se os ataques têm vindo, pelo que parece, da “terra de ninguém”, por que dar tanta importância a eles ?

        Ainda eufóricos, os adeptos do #elenão escrevem longos artigos dando nome aos bois: os ataques partem dos apoiadores do presidente eleito, Jair Bolsonaro, chamados genericamente de bolsonaristas.

        E aproveitam para defender a Lei Rouanet...

        Se isso for verdade, ganha mais sentido o discurso de Fernanda: ela quis, portanto, passar um recado aos “bolsonaristas” que, preconceituosamente, enxerga como inimigos das leis de incentivo fiscal e, por  conseguinte, inimigos dos investimentos em cultura.

        Cá no meu canto, eu ando muito curioso em conhecer a lista de cem nomes, de famosos, que se encontra em poder do deputado federal Alexandre Frota (também um artista, por que não?) e que promete divulgar tão logo assuma seu mandato em Brasília.

        Ainda é mera intuição, mas a concluir pelo caráter de alguns membros da classe artística – Zé de Abreu, como exemplo – a relação de Frota virá para desmentir uma das frases de Fernanda: “não somos corruptos”...

PÉSSIMA INTÉRPRETE

        É tudo enfim uma péssima interpretação da realidade da política e da economia... O próprio Jair Bolsonaro, em recente entrevista, desmentiu que pretenda eliminar a Lei Rouanet ou as demais, de renúncia fiscal, para incentivar investimentos em cultura... Ele defende que os incentivos fiscais devem ajudar os que precisam e não os que não precisam...

        Fariam melhor, Fernanda Montenegro, e todos os demais que defendem o incentivo governamental à cultura, se aprofundassem a análise do tema e oferecessem subsídios ao governo sobre como incrementar a atividade cultural fora desse modelo ainda em vigor, que é perverso e insustentável...

        As leis de incentivo fiscal à cultura são – todas elas – espécie de válvulas de escape feitas para dissimular uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo...

        Oxalá Jair Bolsonaro e os seus vários postos Ipiranga consigam por em prática a promessa tantas vezes repetida em campanha de reduzir impostos e descentralizar a arrecadação, aumentando a participação no bolo tributário de estados e municípios...

        Fernanda Montenegro e a turma do #elenão que não se avexem... Num regime em que todos paguem menos imposto – e com o fim da corrupção – vão aparecer muito mais recursos para a cultura...

Fernanda Montenegro bradou: "Não somos corruptos!" ---a lista de famosos que Alexandre Frota promete divulgar depois de empossado pode levá-la a queimar a língua...


Zé de Abreu, com essa cara de homem honesto, deve aparecer na lista de famosos de Alexandre Frota...


06/12/2018

CORRUPÇÃO, A SAÚVA DO BRASIL

Por Dirceu Pio

        “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil” – Auguste de Saint-Hilaire, botânico e naturalista francês...

        Eu já não acredito mais que alguém será capaz de calcular com exatidão o volume de dinheiro público roubado e desviado nestes últimos 15 anos de aventura socialista no Brasil... Falam em nove trilhões de dólares ou mais de quatro vezes o nosso PIB, mas ainda acho pouco.

        A TV continua a nos assombrar com novos casos e novos formatos todos os dias e ainda não foi aberta a “Caixa Preta” do BNDES, providência que já está na agenda do novo presidente e que promete a revelação de escândalos gigantescos...

        Se o grosso da corrupção for estancado – o que eu acho bem provável que aconteça – levaremos alguns anos para conseguir modificar e modernizar os procedimentos que levam a desvios nos três níveis da Federação – municipal, estadual e federal.

        E é certo que o bom freio – já que parece impossível o freio total – exigirá a participação e a vigilância da sociedade com o incremento de iniciativas nos moldes do Observatório Social, já em execução em quase 200 municípios (http://osbrasil.org.br/tag/nacional/).

AINDA HÁ MUITA COISA A SER DESVENDADA

        E é certo também que ainda não conhecemos todas as formas empregadas neste país para roubar... A cada dia que passa nos são revelados novos casos em novos formatos. Hoje, já se sabe que o brasileiro usou, usa e usará toda a sua criatividade para corromper, fraudar, lesar, enganar...

        Agora, descobrimos que o Partido dos Trabalhadores – que assumiu o poder federal em 2004 – nunca teve o menor interesse em conter a corrupção... Muito ao contrário, suas lideranças – quase todas elas – trataram de se locupletar, deixando as portas abertas para facilitar a vida de corruptores e corruptos...

        Não precisamos ir muito longe: basta ver que o COAF, só agora em processo de transferência para o superministério de Sérgio Moro, foi congelado e mantido no ostracismo desde o governo de Luiz Inácio (http://www.fazenda.gov.br/orgaos/coaf).

ROUBEM, ROUBEM, ROUBEM GENTE BOA

        Roubou-se muito nesses 15 anos, roubou-se sistematicamente, roubou-se em prefeituras; em Câmaras Municipais; em Assembleias Legislativas e governos estaduais; rouba-se na Câmara Federal e no Senado; rouba-se nos ministérios e no governo federal; rouba-se no Judiciário e em primeira, segunda e última instâncias; rouba-se na Justiça do Trabalho, na Justiça Eleitoral; rouba-se nos tribunais de contas, que – dizem – servem para fiscalizar as contas do Executivo.

        Roubam verbas da merenda escolar e da Saúde; roubam na importação de remédios; fraudam aposentadoria e benefícios sociais; roubam nos bancos  e nas empresas governamentais.

        Sobrefaturam obras pequenas, médias e grandes; desviam dinheiro destinado a manutenção de escolas e universidades; compram sucata de refinaria e pagam preço de refinaria nova...

        Dos cofres da União, não saiu um só centavo para obras no exterior, em Cuba, na Venezuela ou em países africanos, sem o pagamento de propina, de intermediação a governos, a políticos ou a parentes e apaniguados do presidente, como foi o caso do Taiguara Rodrigues...

NEM HITLER GASTOU TANTO EM PROPAGANDA

        Os cofres públicos jorraram dinheiro para agências de publicidade, jornais, revistas, blogs, sites e canais de TV com vários objetivos: corromper a mídia, corromper jornalistas, lavar dinheiro de propina e dar sustentação ao regime corrupto nas três instâncias da Federação! (nem Goebels ou Hitler gastaram tanto dinheiro com propaganda como os governos da chamada Era PT)

        Roubou-se também muito em Sindicatos (patronais e de trabalhadores), que o digam os dois Paulos, o Skaf e o da Força... Roubou-se no futebol (CBF), que o digam José Maria Marins e Marco Polo Del Nero (rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2018/03/11/cbf-tem-tres-presidentes-afastados-por-corrupcao-em-7-anos-e-nao-muda-nada/).

        Roubou-se nas Ongs e em todas as entidades que de um modo ou de outro foram contempladas com verbas públicas, como a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).

        Roubos e desvios nocautearam as leis de incentivo fiscal, a começar pela Rouanet, mais uma caixa preta que só agora será aberta por Alexandre Frota, eleito deputado federal pelo partido do amigo Bolsonaro e que, em recente entrevista à TV, revelou estar de posse de uma lista de mais de 100 nomes de famosos que se locupletaram...

QUASE NADA SE FEZ

        Exceção à Lava Jato, que enfrenta a oposição de todas as quadrilhas e de seus muitos aliados eventuais; exceção ainda das poucas iniciativas onde, assombrada com a tsunami de corrupção  que ameaçava açambarcar todas instituições, públicas ou privadas, comunidades resolveram agir (o melhor exemplo dessa reação ocorreu em Maringá, Pr, com o seu Observatório Social -http://observatoriosocialmaringa.org.br/), nada se fez contra a dilapidação monumental dos recursos brasileiros.

        Até hoje não se estabeleceu um preço padrão para obra pública: um metro de asfalto pode custar de oito a oitenta,  a depender apenas da ganância de quem constrói e de quem paga pela construção; convivemos, nesse período, com um desrespeito total às leis de responsabilidade fiscal. E as leis de licitação foram tripudiadas, fraudadas, dribladas com a mesma criatividade brasileira nos gramados de futebol...

        Que pensem em tudo isso as pessoas que, rejeitando o PT, resolvem agora combater por antecipação o único governo que promete e dá demonstrações efetivas de que vai combater a ferro e fogo o socialismo corrupto e todas as suas práticas deletérias...









01/12/2018

MEIO AMBIENTE PODERÁ SER FOCO DE CRISE


Por Dirceu Pio  


NÃO SERÁ POR FALTA DE AVISO....ainda a 1º de dezembro de 2018, antes mesmo, portanto, da formação do atual governo, publiquei este artigo em meu blog. Foi como se eu previsse a atual crise inteiramente fabricada por influência das Ongs que perderam o bonde com o cancelamento dos acordos do Brasil com Alemanha e Noruega pela preservação da Amazônia e realimentada pela esquerda corrupta que quer a desestabilização  do governo Bolsonaro...

   

Está escrito nas estrelas: o meio ambiente pode ser o fator que vai gerar grandes turbulências e desestabilização ao novo governo - se Bolsonaro não se acautelar!      
 Dizem que se conselho fosse bom, ninguém daria de graça, mas eu não dou de graça – apenas retribuo uma ínfima parcela daquilo que ele, Jair Messias Bolsonaro, fez ao Brasil impedindo a volta ao poder das quadrilhas e dos quadrilheiros!       

Sugiro, portanto, que ele forme imediatamente um grupo de trabalho, com a participação do Itamaraty, do CNPQ, do Inpa, do Inpe, da Embrapa, entre as várias outras entidades que têm se dedicado, ao longo do tempo, ao estudo e à pesquisa dos recursos amazônicos e tenham conhecimento de políticas de relacionamento e comércio externo.       

O objetivo desse grupo de trabalho deve ser a ampliação de massa crítica governamental sobre o assunto, pois há evidências de que o próprio presidente eleito tem (o que é compreensível, dada a complexidade do assunto) baixo nível de entendimento da dimensão real das questões ambientais...       

Isso ficou claro na hesitação frente à ideia de fundir os ministérios do Meio Ambiente/Agricultura ou da famosa frase que ele pronunciou lá atrás, nos primórdios da campanha: “Estão matando o Agronegócio, não dá mais pra desmatar pra criar boi, pra plantar soja...”       

É uma frase forte, que, provavelmente, explica o aumento do desmatamento da Amazônia neste 2018, pois devemos nos perguntar até que ponto o desempenho eleitoral de Bolsonaro não encorajou os pecuaristas, madeireiros e predadores em geral a intensificar suas práticas criminosas? (https://imazon.org.br/publicacoes/boletim-do-desmatamento-da-amazonia-legal-marco-2018-sad/)

FRASE FORTE E SIMBÓLICA
       

Desmatar pra criar boi na Amazônia é uma prática que o novo governo tem por obrigação combater e nunca incentivar. 

A pecuária extensiva ainda ocupa 200 milhões de hectares no Brasil e com o avanço da genética animal e a evolução das técnicas de confinamento, bem mais da metade dessa área terá de ser devolvida à agricultura, de modo que haverá terra sim para atender, com racionalidade, a demanda do agronegócio por mais 50 anos, pelo menos...       

Uma cabeça de gado levava quase cinco anos pra chegar ao ponto de abate. Hoje, com a introdução do “novilho precoce”, um boi é abatido com dois anos de confinamento... E a pecuária tornou-se muito mais rentável.      
 Esqueçamos a reação internacional que, certamente, funcionará como uma orquestra ampla e irrestrita capaz de executar a sinfonia da preservação toda vez que for adotada uma prática que possa ser entendida como ameaça à floresta.

É A BIODIVERSIDADE QUE CONTA
      

 Pensemos apenas na biodiversidade. Nesses 15 anos de PT, o governo foi escandalosamente permissivo com o contrabando de espécies nativas.      

 Essa floresta é considerada a maior reserva em termos de biodiversidade do planeta. Ela abriga mais de 30 mil espécies de plantas, na imensa maioria desconhecidas.       

 A biodiversidade é um patrimônio que deve ser estudado e preservado e é tão ou mais importante que qualquer reserva mineral.

NOVO MARCO REGULATÓRIO
       

Por falar em reserva mineral, é bom que se diga que o Brasil ainda não tem um marco regulatório minimamente decente para orientar a exploração de seus recursos de subsolo dentro da racionalidade e sustentabilidade.        

Caberá, portanto, ao novo governo pensar detidamente no assunto e criar condições para que um novo marco seja construído, votado e aprovado com a urgência necessária, pois não há governo que possa resistir a novas tragédias do porte de Mariana.       

Lembro que por ocasião do desastre de Mariana vieram à tona centenas de ameaças com o mesmo potencial devastador, representadas pelas mais de 600 barragens de rejeitos minerais sem nenhuma fiscalização.       

Temos desmandos de todos os portes e gravidade na exploração mineral, sem esquecer que o bombardeio de rochas para extração de ouro no município de Paracatu (MG), produzido pela Kinross, tem levado ao ano centenas de pessoas para tratamento de câncer no Hospital de Barretos (SP)...

E A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL?
       

Na época em que Bolsonaro manteve-se trepado no palanque, ele clamava pela exploração do potássio na reserva indígena do alto do Rio Madeira, no Amazonas. Ganhou a eleição, desceu do palanque e deve cuidar agora de descobrir as verdadeiras razões que têm levado a Vale do Rio Doce a imitar o grupo Lume e ficar sentada sobre a concessão do potássio do Sergipe.       

Não há de ter mais nenhuma justificativa para atraso de várias décadas na extração de um mineral que tem representado a perda de milhões de dólares em divisa todos os anos...

        Ou produza – e produza imediatamente – o potássio que o Brasil precisa ou perde a concessão ! Esta deveria ser a nova ordem ! 

        Além disso, há que reformar a legislação ambiental para que ela seja eficaz e não crie obstáculos irracionais ao agronegócio ou ao desenvolvimento da infraestrutura do país...e é preciso também, junto com as reformas da lei, aumentar o poder de polícia dos órgãos ambientais, lembrando que o Ibama só consegue receber 8% das multas que aplica...

        Responder às pressões com políticas mais racionais e eficazes me parece ser a melhor opção pelo novo governo.






24/11/2018

ENCRUZILHADAS DEMOCRÁTICAS


Por Dirceu Pio

        A democracia nos empurra muitas vezes para encruzilhadas terríveis, como aquela que vivenciei há cerca de oito anos, em minha cidade, Vinhedo, de menos de 80 mil habitantes, tendo de optar entre um candidato a prefeito que rouba pouco e outro que, sabidamente, roubava muito mais....

        Enfrentei censuras familiares, mas votei no que sempre roubou mais, uma adesão obrigatória – e consciente -  ao “rouba, mas faz” e ao voto útil. O candidato que roubava menos, derrotado, antes de ladrão, era um paspalho...

        Nas últimas eleições municipais, optei pela ética e minha candidata ficou em quarto lugar.

REAÇÃO EM CADEIA

        Ao tornar pública, pelas redes sociais, minha opção por Jair Bolsonaro, no memorável  pleito de 2018, enfrentei reações bem mais virulentas; dois filhos e duas noras me censuraram gravemente; antigos e diletos amigos se afastaram; outros chegaram a me agredir pelo facebook; no saldo final, digo que perdi alguns amigos e ganhei alguns poucos inimigos. Uma pena !

        Nada como estar com a consciência tranquila e convencido de que fiz o melhor para toda a família e para o meu país: antes mesmo da posse, percebo que Bolsonaro era não apenas a única opção decente como o melhor candidato no coquetel diabólico de candidaturas que nos foi servido...

        O que eu não consigo é imaginar em que país viviam todas essas pessoas que me censuraram, que me criticaram severamente, que se afastaram ou me tiraram do rol de amigos das redes sociais ou de fora delas....

O QUE SERÁ QUE VIRAM ?

        Impossível que não tenham visto e percebido tudo o que eu vi acontecer, digamos, nestes últimos dez anos...


        Eu assisti, indignado, ao apodrecimento das instituições brasileiras – executivo, legislativo, judiciário...e para complicar ainda mais todas as coisas, 
presenciamos a falência do sistema partidário, ao peleguismo  e à corrupção do sindicalismo trabalhista  e à disrupção feérica que ataca todas as mídias tradicionais, a começar pela impressa, já em estado deplorável de subsistência...

        Será que só eu vi que nossos últimos três governos da República – sem mencionar a roubalheira desenfreada em quase todos os  estados e municípios – foram formados por ladrões contumazes? Será que só eu sei que o chefe supremo de todas quadrilhas está preso e condenado – por enquanto – a 12 anos de cadeia ?

        Será que só eu soube que ainda em 2006, com anuência do então presidente Luiz Inácio e a aprovação da presidente do Conselho Consultivo da Petrobras, Dilma Rousseff, a estatal comprou uma sucata chamada Pasadena, no Texas, EUA, pagando o preço de refinaria nova, ou seja, 1,2 bilhão de dólares (dó-la-res) ?

        Será que só eu soube que praticamente todas as obras de estádios e pistas olímpicas erguidas para a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 foram superfaturadas ?

        Será que só eu fui informado que as empresas de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio, todas empresas de fachada, faturaram de 2015 para 2016 a soma de 350 milhões de reais ?

        Será que só eu fui informado que tanto Luiz Inácio quanto Dilma Rousseff tinham contas especiais, de milhões de reais, na Odebrecht e também na J&F, um dinheirão disponível, pra gastar quando precisassem ?

SÓ PODRIDÃO

        Será que só eu sei que dois terços dos congressistas brasileiros têm graves implicações com a Lava Jato ?

        Será que só eu vi a prisão por roubo de governadores,  ministros da Fazenda  (eu disse, da Fa-zen-da), vários senadores e deputados, tesoureiros e mandatários de partidos políticos?

        Será que só eu soube dos casos de corrupção em vários tribunais – do Trabalho, de Contas, Eleitorais  - ou da caixinha de 100 mil reais mensais que é paga ao presidente do STF, Dias Tóffoli?

        Será que só eu percebi o comportamento suspeitíssimo dos ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurelio e Gilmar Mendes ?

        Será que só eu vi imagens de pessoas transportando dinheiro vivo na cueca ou na calcinha; pessoas correndo arcadas com malas dinheiro com recheio – astronômico – de 500 mil reais ?

        Será que só eu vi o apartamento do ex-todo poderoso ministro do atual Governo, Geddel Vieira, entupido de malas de dinheiro roubado ?


         Será que só eu vejo o que acontece no Into (Instituto de traumatologia e Ordopedia), hospital público localizado no Rio de Janeiro, onde, devido à corrupção,  um paciente com fratura de um osso da bacia é obrigado a esperar até dez anos para uma cirurgia e a fila de espera para qualquer procedimento tem sempre mais de 12 mil pessoas ? 

SIM, VIMOS AS MESMAS COISAS

        Não, não, todos viram a mesma coisa que eu vi e senti...só não enxergaram – alguns por fisiologismo, outros por ideologismo, todos por cumplicidade - a necessidade que eu e outros mais de 57 milhões de brasileiros enxergamos de dar um super-choque de moralidade na República Federativa Brasileira...

        A estas alturas do campeonato ninguém pode duvidar de que Jair Bolsonaro se prepara para aplicá-lo a partir de 1º de janeiro...

        Para quem continua com dificuldade de enxergar as coisas mais óbvias  (o ideologismo e a rejeição desmedida turvam os olhos), explico que o novo governo terá dois eixos claríssimos: o primeiro será o combate sem tréguas à corrupção e o segundo será o liberalismo econômico.

        Assistiremos, portanto, ao combate sem trégua ao socialismo corrupto...

        E isto é tudo com que eu sonho já há algum tempo...

        De modo que, se quisermos que nossos filhos e netos tenham um futuro melhor ou apenas futuro neste país, tratemos de ajudá-lo; e é certo que ele vai precisar de apoio de todos os brasileiros de bem....







16/11/2018

MALES DA ESQUERDOPATIA

Por Dirceu Pio        

        Se Deus existir e puder um dia conversar comigo, eu lhe direi:

        - Livrai-me dos esquerdopatas que com os loucos sou capaz de me entender...

        A esquerdopatia representa a maior ameaça ao desenvolvimento do Brasil e à felicidade dos brasileiros...e é insidiosa...é como soca de capim: a gente corta, ela brota de novo !

        No livro “Psicopatas do Cotidiano”, a psiquiatra Katia Mecier aponta os dez tipos mais comuns de transtornos de personalidade e dois deles, o esquizotípico e o paranóide, definem com exatidão o comportamento do esquerdopata !

        O esquizotípico tem desconfiança ou percepções paranoicas da realidade, enquanto o paranoide levanta suspeita de que é explorado, maltratado ou enganado, num ciclo incessante.

        Estamos diante de comportamentos doentios!

É A REALIDADE

        A realidade é claríssima e não há como ter duas interpretações: venceu as eleições neste histórico 28-10-2018, um militar da reserva, deputado federal por mais de 20 anos consecutivos, de 63 anos de idade, chamado Jair Messias Bolsonaro.

        Venceu porque soube encarnar uma forte oposição ao partido que patrocinou o mais avassalador processo de corrupção da história da República brasileira.

        Ao vencer as eleições, Bolsonaro não apenas interrompeu o plano de um partido corrupto de se eternizar no poder, como preservou a democracia ameaçada de nova intervenção militar...

        Mas nada disso é aceito pelos esquerdopatas que querem impor sua versão dos fatos.

        Para eles, Lula é inocente e é, portanto, um preso político...

NÃO HOUVE RISCOS DE INTERVENÇÃO

        Nenhum deles viu qualquer risco de intervenção militar e todos reagem com espanto à entrevista do general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército, à Folha de São Paulo neste início de novembro de 2018 revelando que agiu “no limite” ao declarar pelo twitter, no dia 2 de abril, sua preocupação com a impunidade.

        É de se supor que o twitter do general tenha encorajado o STF a negar o habeas corpus ao ex-presidente, e foi só... mas para os esquerdopatas, tudo – o twitter, a decisão de manter o rei dos ladrões na cadeia – fez parte de um plano da “extrema direita”,   financiado pela CIA,  para tirar do páreo um candidato “imbatível” e eleger presidente um deputado “medíocre” do baixo clero do parlamento brasileiro...

        Abatido o candidato líder absoluto das pesquisas e eleito o representante da “extrema direita”, o plano se completa com a escolha – “previsível” – do juiz da Lava Jato, também um “legítimo agente da CIA” para o super ministério da Justiça...
       
        Estejamos preparados: é essa a versão dos fatos que será repetida à exaustão, aqui, em todos os espaços que os esquerdopatas hão de ter na mídia corrupta, e lá fora,  em todos os foros que os simpatizantes do socialismo corrupto deixam  abertos para sustentar sandices do gênero...









07/11/2018

Muda, Brasil !

por Dirceu Pio

        Mingau quente se come pelas beiradas e o capitão Jair Messias Bolsonaro, que chegou ao topo do poder com 63 anos de idade, sabe muito bem disso! (o que deve ter aprendido das malandragens da política em seus quase 30 anos de vida parlamentar não foi pouco).

        A 1º de janeiro assumirá a presidência da República consciente do tiroteio que vai enfrentar. Já deve saber identificar todas as velhas e novas trincheiras de onde, mal conhecido o resultado das urnas, começaram a disparar suas metralhadoras contra ele de modo implacável.

        A briga promete ser boa! Bolsonaro revela grande habilidade política: já antes do pleito, desarmou a armadilha que o senador eleito de seu partido, o Major Olímpio, pretendeu armar contra ele no mais influente estado da Federação, São Paulo.

        Olímpio pretendeu levá-lo a apoiar o braço petista ao governo do estado, Márcio França. Bolsonaro resistiu e ajudou a eleger João Dória, ganhando assim um aliado de peso na política e na economia! Dória é também um liberal, afinado com Paulo Guedes!

        Entre as poucas trincheiras já armadas para combater o novo governo, a mais insidiosa é aquela que reúne a turma do voto nulo, voto em branco, do “ele não” / “ele nunca” que  demonstra disposição para seguir em frente abraçadinha com esquerdóides e esquerdopatas no bom combate ao presidente “torturador”, “estuprador”, “homofóbico”.

MAIS QUE UMA TROCA  DE GOVERNO
 
        É espantoso observar que ainda não entenderam, provavelmente por mero atavismo, o que de fato aconteceu neste 28 de outubro de 2018. Imaginam que foi uma simples troca de governo, quando na verdade foi muito mais que isto!

        Tanto o mercado financeiro quanto o setor empresarial entenderam de bate pronto, tanto que a Bovespa, em SP, já bateu o recorde dos recordes de altas e as empresas não param de anunciar novos – e vigorosos – investimentos. O mais recente anúncio foi da Siemens: quatro bilhões em cinco anos...

        Outro que com certeza entendeu foi o Juiz Sérgio Moro, que não hesitou um só instante em aceitar o convite de JB para ocupar um super-ministério de combate à corrupção, abandonando imediatamente uma já longa carreira vitalícia na magistratura.
 
        Não iria perder a chance de ouro que lhe foi aberta para ajudar no esforço de combate à corrupção e ao crime organizado!

FATO INÉDITO

        Na verdade, nada menos de 57.797.464 de brasileiros decidiram, neste histórico 28 de outubro de 2018, tirar da frente o socialismo corrupto e a sócio-democracia idem e colocar em seu lugar o liberalismo econômico.

        E é espantoso que tenhamos alcançado essa proeza, inédita na vida republicana, pela via eleitoral e pacífica, ao  preço de apenas uma facada...

        O liberalismo econômico só foi implantado no Chile em 1973 ao custo de um golpe militar violentíssimo que iria matar seguramente mais de 100 mil pessoas.

        E vejam como são as coisas: até hoje, no Chile, os economistas e lideranças políticas admitem, constrangidas, que a proeminência socioeconômica que o país tem alcançado  nesses quase 50 anos que o separam de Pinochet ainda é devida àquela adesão de quase duas  décadas ao liberalismo da escola de Chicago.



Bolsonaro,  Moro e Doria

30/10/2018

Salto às claras!

Por Dirceu Pio

        Minha mulher, Susana de Godoy Martins, professora universitária, que eu conheci nos “Barracões” da Universidade de São Paulo há quase 50 anos, votou em Jair Bolsonaro! E eu pouco a influenciei.

        Nem sempre convergimos em política: nas duas últimas eleições municipais, ela votou num candidato a prefeito e eu em outro.

        Digo que Susana foi muito motivada civicamente por esta campanha de 2018. De posse de um smartphone e um tablet, ela se manteve o tempo inteiro plugada na marcha dos acontecimentos.


        Muito de vez em quando, ela me consultava para saber se deveria ou não compartilhar determinada informação, temendo contribuir com a distribuição de fake-news. (Confesso que eu mesmo, jornalista calejado, me vi impotente em separar o falso do verdadeiro nessa feérica tempestade de mentiras que perturbou a campanha do começo ao fim)

        Sou testemunha de que o voto de Susana foi um voto determinado e consciente. Intuitivamente, ela captou o sentido da esplêndida frase de Margareth Thatcher: “A Democracia não é um sistema feito para garantir que os melhores sejam eleitos e sim para impedir que os ruins permaneçam no poder para sempre”.

INDIGNAÇÃO

        Ninguém mais que Susana esteve indignado com a roubalheira praticada sob as asas do Partido dos Trabalhadores. E ela só fez acertar o passo com os 57.797.464 brasileiros que se moviam convictos de que era chegado o momento de apear o PT do poder.

        Não, o salto de todos aqueles que votaram em Bolsonaro não foi um “salto no escuro” como a mídia impressa tentou nos convencer. Foi um salto às claras, de quem sabia o que fazer.

        O que o candidato – ou o seu guru na economia, Paulo Guedes – deixaram de dizer, o eleitor intuiu: bastava pensar que alguém que se opôs ao “socialismo corrupto” com o vigor de Jair Bolsonaro, não poderia desafinar.

        Por isso mesmo, o “Discurso da Vitória”, proferido por Bolsonaro na noite deste histórico 28 de outubro de 2018, pode ter trazido emoção, mas não trouxe surpresa.

        O ponto alto desse discurso, que quase leva Susana às lágrimas, foi “emprego, renda e equilíbrio fiscal é o nosso compromisso para ficarmos mais próximos de oportunidades e trabalho para todos”.

        Susana e todos os mais de 57 milhões de eleitores do Capitão sabem muito bem que a corrupção e a desobediência fiscal contumaz são os dois fatores que deixaram este país no estado deplorável em que se encontra...  



18/10/2018

A DESFAÇATEZ CRIMINOSA DO VOTO EM BRANCO


Por Dirceu Pio

        Caberá ao capitão da reserva do 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista do Exército, 63 anos de idade, Jair Messias Bolsonaro, deputado federal pelo Rio de Janeiro por vários mandatos, livrar o Brasil de uma tragédia que com certeza virá em no máximo dois anos se o PT for trazido de volta ao poder neste 2018. 


         Quem não consegue enxergar isso adquiriu a cegueira do fanatismo ou permitiu que a desinformação ou a emoção exacerbada lhe turvasse os olhos.

        Começo por dizer que o impeachment de Dilma Rousseff não foi obra de Eduardo Cunha, Hélio Bicudo, Reali Jr ou Janaína Paschoal. Estes deram apenas o empurrão final para encerrar um governo fincado sobre um modelo que demonstrava sinais de exaustão desde o último ano do governo de Luiz Inácio... 


       Dilma teve de largar o osso alguns meses antes da hora, mas seu governo se tornara insustentável já no primeiro mandato e hoje está claro que ela conseguiu o segundo devido a um esquema gigantesco de corrupção e fraude eleitoral.

MODELO FRAUDULENTO

        O modelo adotado por Luiz Inácio e depois transferido a Dilma Rousseff esteve baseado do começo ao fim em quatro fatores explosivos:

1)- desobediência fiscal severa e contumaz...

2)- subsídios como instrumento de combate à recessão...

3)- aliança com empresas corruptas e corruptoras....

4)- adoção de programas sociais amplos sem qualquer preocupação com fraudes e abusos...

5)- permissividade e incentivos a todo tipo de corrupção....

        É claro que a adoção de um modelo como esse vai trazer fartura e transferência de renda durante algum tempo.

NÃO DURA MAIS DE 10 ANOS

        Ao cabo de uma década, se tanto, o modelo se exaure e começa a entrar num ciclo de perversidade. A roda da economia para de girar, advém o desemprego em massa, e sem demora começarão a faltar recursos para a saúde e educação.

        O que algumas pessoas têm dificuldade de perceber é que o PT morreu e já foram enterradas junto com ele toda a esperança e a confiança que um dia despertou.

        Para esse partido não haverá recomeço e isto deve indicar às pessoas de bem que se por desventura ele retornar ao poder a crise se instalará junto com ele, e dessa vez com maior virulência, desde o primeiro dia.

        Só lembro que o impeachment de um Fernando Haddad não será um processo tão pacífico quanto foi o de Dilma, pois embaixo da crise sem precedentes na história brasileira, os ânimos estarão bem mais exaltados...

        Poderemos caminhar rapidamente para a venezuelização do Brasil e isto há muito tempo deixou de ser uma mera figura de linguagem...

O QUE ESPERAR DE BOLSONARO

        Por outro lado, o que esperar de um governo Jair Bolsonaro? Deixo que parte da resposta seja dada pelo jornalista Fernando Gabeira que conviveu com ele como parlamentar durante oito anos na Câmara Federal, em Brasília: “Não, ele não é preparado para governar o Brasil, mas é possível que se prepare enquanto governa”.

        Gabeira deve ter captado as mesmas impressões que eu armazeno nesses meses de campanha: Bolsonaro é um homem inteligente, sagaz e dotado de grande mobilidade intelectual, haja vista a forte influência que o economista Paulo Guedes já exerceu sobre ele a ponto de demovê-lo bastante de suas convicções estatizantes.

        Além disso, Bolsonaro será colocado na presidência por milhões e milhões de eleitores que depositam nele confiança e esperança. Com certeza, fará de tudo para não errar.

        E mais: chega ao topo do poder sem ter feito nenhum conchavo ou acordo escuso com grupos ou facções e promete compor o ministério com total independência.

        Por essas e outras é que eu acho que o voto em branco ou a neutralidade neste momento histórico da nação é no mínimo um equívoco ou uma grande irresponsabilidade.  



05/10/2018

Ricardo Kotscho, o jeito Petralha de ser


por Dirceu Pio

        Ele já foi brilhante! Sua reportagem sobre o Caso Manoel Fiel Filho, operário torturado até a morte nos porões do regime militar, permanece até hoje como símbolo de jornalismo bem executado – texto enxuto, narrativa sensível e tocante.

        Nessa época – anos 1970 – convivemos por algum tempo na mesma redação do jornal O Estado de São Paulo, ele repórter e eu numa função de controler, ao lado do amigo comum, Raul Bastos.

        Foi mesmo por pouco tempo. Na metade de 1976, designado por Raul Bastos para chefiar a Sucursal de Curitiba, mudei de estado e de cidade, enquanto ele, Ricardo Kotscho, se transferia para a redação da Folha de São Paulo.

        Perdemos o contato e eu nunca tive a oportunidade de lhe dizer que admirava muito o seu trabalho.

        Pela Folha de São Paulo, mergulhou fundo na greve dos metalúrgicos do ABC. Foi mandado tantas vezes a São Bernardo do Campo que se apaixonou por Luiz Inácio Lula da Silva, o jovem líder metalúrgico que despontava com furor na região que o padre Lebret havia descrito como um gigantesco acampamento de operários formado em torno de grandes indústrias.

        Quando conheci Ricardo Kotscho em São Paulo, eu também já havia passado pelo ABC Paulista como repórter do Diário do Grande ABC e depois chefe da Sucursal do ABC dos jornais O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde, onde convivi, entre tantos outros talentos, com esse que é considerado hoje o melhor repórter fotográfico do Brasil, Pedro Martinelli.


        Peguei nessa época o movimento que antecedeu as greves dos metalúrgicos que revelaram Luiz Inácio, feito de Operações Tartaruga, operários cruzando os braços em frente aos tornos e prensas, o máximo de ousadia que o movimento operário era capaz de opor ao regime militar.

        Saí do ABC mas deixei fontes por lá, pessoas que me mantiveram informado sobre tudo de mais importante que ocorria na região e já me alertavam para o “caráter gelatinoso” do líder em ascensão. Só votei em Luiz Inácio uma só vez para não contribuir com a eleição de Fernando Collor, atitude da qual me arrependi pouco tempo depois.

MERGULHO NA REPORTAGEM

        Eu passaria quase 20 anos em Curitiba, dedicando mais de 90 por cento do meu tempo à minha paixão no jornalismo, a reportagem de campo, de interesse geral, que me permitiu viajar por grande parte do Brasil e conhecer – e entrevistar – centenas de pessoas dos mais diferentes níveis sociais.

        Preciso mencionar aqui (vocês vão entender minhas razões mais à frente, neste texto) que vivi nestes mais de 40 anos de reportagem muitos momentos de glória.

        O primeiro deles ocorreu na Sucursal de Curitiba durante conversa que tive com um repórter da equipe (Caco de Paula). Contava a ele, despretensiosamente, as peripécias que tive de fazer para apurar uma reportagem sobre um incêndio ocorrido na periferia de Mauá, ainda nos meus tempos de ABC Paulista, e ele abriu a gaveta da mesa e tirou um livro para mostrar algo que me impactaria pelo resto da vida: a reportagem que eu mencionava a Caco de Paula fora transcrita pelo autor do livro, o professor de Comunicação da PUC de Campinas (SP), Mário Erbolato, como um “ótimo exemplo” de jornalismo interpretativo, a tendência que ele dissecava na obra. 

        A transcrição do meu texto foi antecedida por quatro páginas de elogios rasgados à reportagem e ao modo como apurei e estruturei a narrativa.


        Enquanto Ricardo Kotscho viajava com assiduidade a São Bernardo, eu viajava com frequência a Foz do Iguaçu para me transformar num dos poucos repórteres que acompanharam, do início ao fim, a construção da hoje segunda maior hidrelétrica do mundo, a Itaipu (pedra que canta, do tupi-guarani), feita em parceria com o Paraguai.

        Começa aí a grande diferença entre eu e Ricardo Kotscho: enquanto ele se deixou apaixonar perdidamente por sua fonte, o líder Luiz Inácio, nem em sonho fui apaixonado pelo general Costa Cavalcanti, o diretor-geral de Itaipu. Sempre mantive a necessária distância crítica a todas as minhas fontes.


DENUNCIEI TODAS AS MAZELAS

        Costa Cavalcanti e todos os demais diretores da Itaipu Binacional sempre me trataram com especial deferência e eu, ao longo da obra, denunciei todas as mazelas dos responsáveis pela construção, mazelas que foram desde a contratação irregular de “peões barrageiros” até o isolamento imposto ao município de Guaíra.

        Guaíra abrigava as Sete Quedas, uma grande maravilha da geografia brasileira sepultada pelas águas da represa de Itaipu.

        Eu falava ali atrás dos momentos de glória da minha vida de repórter: outro deles foi sem dúvida o momento em que a Câmara Municipal de Guaíra me concedeu o titulo de Cidadão Honorário em agradecimento ao que uma das minhas reportagens, publicada pelo Suplemento de Turismo do Jornal O Estado de S. Paulo, produziu de benefícios para o município.

        Com um texto minucioso que pela primeira vez escancarava a todo o país as belezas das quedas que iriam desaparecer, a reportagem criou um fluxo turístico à cidade que foi tão intenso que os empresários tiveram de providenciar, em regime de emergência, a ampliação de hotéis e restaurantes.

        O fluxo foi mesmo tão intenso que despertou o ainda incipiente movimento ambientalista brasileiro. Começaram a surgir protestos de toda ordem pelo país contra a destruição das quedas a ponto de preocupar a empresa binacional responsável pela implantação da usina.

DIMINUIR A POTÊNCIA

        Assessorados por especialistas, os manifestantes descobriram que era possível salvar 7 Quedas se a usina perdesse uma pequena parte de sua potência. Formado o lago, afogadas as Quedas, a primeira preocupação de Itaipu foi dinamitar a crista das quedas usando o argumento criminoso de que as pedras atrapalhavam a navegação pelo lugar.
       
        A Sucursal de Curitiba sob meu comando, tendo como repórter o hoje afamado historiador Laurentino Gomes, denunciou o passo a passo da dinamitação.

        Dali em diante, tive apenas alguns encontros esporádicos com Ricardo Kotscho. Um deles foi na cobertura do acidente de avião, na região de Ponta Grossa (PR), que matou  dois altos diretores do Bamerindus.

        Eu chegara à região onde o avião fora visto no ar pela última vez, com três ou quatro dias de antecedência. Já havia, portanto, me assenhoreado da logística da cobertura.

        Kotscho, não! Desembarcou no local com grande atraso e no meio do burburinho que a notícia da descoberta do avião acidentado provocou.


PERDIA A EMBOCADURA

        Ele nunca vai saber, mas a confirmação da notícia de que o aparelho foi encontrado fora arrancada a fórceps por mim e pelo amigo Mauro Bastos, enviado especial do Jornal do Brasil, depois da queda de um helicóptero-bolha por excesso de peso.

        Foi só demonstrarmos ao piloto que havíamos observado a irregularidade para que ele nos abrisse a informação que o comando das buscas tentava esconder por uma razão até compreensível: no avião acidentado, havia várias sacolas de dinheiro que eram levadas às fazendas do Bamerindus em Tomasina para pagamento de empregados e tentava-se evitar assim que a chegada de jornalistas pudesse atrapalhar o resgate do dinheiro.

        Eu socorri Ricardo Kotscho repassando-lhe as informações que ele precisou para redigir sua matéria naquele dia.

        Na manhã seguinte, fomos todos ao local do acidente. O avião, um pequeno Sêneca, havia caído de bico no alto de uma planície rochosa encoberta por uma floresta comercial de pinus.

        E foi ali, diante de um pequeno avião despedaçado, que eu percebi que Ricardo Kotscho, já enfiado de cabeça no PT, começava a perder a sua embocadura de repórter: entre tantos jornalistas, só eu e Mauro Bastos tivemos a curiosidade de descobrir as causas da queda do Sêneca.

        Depois de observar a rota que o aparelho deveria ter feito até cair, caminhamos em sentido contrário por meio quilômetro até começarmos a encontrar pedaços da asa direita do avião. Não cheguei a ler o texto que o Mauro escreveu para o Jornal do Brasil, mas ainda me lembro das primeiras frases do meu texto: “Foram três ponteiros de eucalipto, com menos de uma polegada de espessura, que roubaram uma das asas do avião do Bamerindus e o fizeram cair de bico cerca de 500 metros â frente sobre um maciço rochoso...”

CARREGADOR DA PASTINHA


        Outros dois encontros ocorreriam ainda em Curitiba e ele já estava transformado no assessor dileto do Lula, o homem que carregava a pasta do  ex-líder sindical que seria derrotado duas vezes antes de se eleger presidente.

        Entre uma candidatura e outra, já com a aura do assessor do líder que chegaria à presidência da República, tivemos mais um encontro, ele embarcando para Curitiba e eu chegando ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

        Numa  conversa rápida, ele me informou que iria assumir o cargo de diretor de redação das empresas de José Carlos Martinez (Um jornal diário e dois canais de televisão em Curitiba e Londrina);  e eu o aconselhei  a tomar muito cuidado com seu novo patrão.

        Percebi claramente que Lula roubava avidamente o que seu assessor tinha de melhor: além da competência refinada para o jornalismo, rapinava também os seus valores éticos.

        O deputado José Carlos Martinez, além de ser um dos primeiros políticos a embarcar de corpo, alma e bolso na candidatura de Fernando Collor à presidência, pertencia (ele morreu num acidente aéreo em outubro de 2003) à Família responsável pela “colonização” de uma imensa área no Oeste do Paraná, onde foram assassinados dezenas de centenas de colonos, conhecida como Grilo Santa Cruz.

        José Carlos Martinez foi derrotado fragorosamente ao governo do estado do Paraná. Durante a campanha em 2002, Requião convocou a imprensa com a promessa de que iria divulgar um dossiê sobre o Grilo Santa Cruz. De fato, a entrevista aconteceu, mas o “dossiê” era feito de cópias de todas as dezenas de reportagens que eu (90%) e a jornalista Tonica Chaves (10%) havíamos feito na região-alvo da imensa grilagem.

        Antes de nos encontrarmos, desgraçadamente, aqui no facebook, eu e Kotscho nos avistamos ainda duas vezes...Ele ainda estava eufórico com o “desempenho” do seu ídolo na Presidência da República, que dava início ao seu segundo mandato.


AMOR CEGO E INDESTRUTÍVEL

        Kotscho já havia se desligado do cargo de assessor de imprensa do governo, me fazendo acreditar que e se afastara pra não se envolver na roubalheira que já corria solta. Como fui ingênuo!

        Tive de assistir a uma palestra dele durante um seminário sobre comunicação em São Paulo para acompanhar  um amigo argentino, o jornalista e escritor, Ricardo Sarmiento, que também falou no  evento.

        Estávamos no anfiteatro de um hotel e depois das palestras descemos para o bar, eu, Sarmiento, Kotscho e vários outros jornalistas, para um bate papo e um chope.

        A atração da mesa, é claro, foi ele, Ricardo Kotscho, e suas histórias dos bastidores do Governo Lula, nem todas contadas no livro – Do Golpe ao Planalto – Uma vida de repórter – que ele lançava na época.
Pude entender, com todas as letras, as razões do cego e indestrutível fascínio que Ricardo Kotscho passou a sentir por Luiz Inácio Lula da Silva:

        - Quando Lula venceu o segundo turno (Ricardo Kotscho contando)  fui convidado para um jantar comemorativo no Palácio da Alvorada... Estávamos apenas em três, eu, Lula e a Maria Letícia... Contei para ele que a pergunta que mais me faziam após as palestras era se ele sabia ou não sabia do Mensalão... E ele me perguntou, curioso: “E o que você responde?” Eu digo que você não sabia mesmo de nada porque anda muito esquecido ultimamente! (muitos e muitos risos)

PERDEU MESMO A EMBOCADURA

        Em nosso último encontro, outra vez em São Paulo, ele mal conseguiu disfarçar a raiva que deveria começar a sentir de mim. Havia feito uma parceria com meu grande amigo Hélio Melo para lançamento da revista Brasileiros. Estava no Rio de Janeiro quando comprei numa banca um exemplar do primeiro número da revista.

        No hotel, li toda ela com desdobrada atenção. A notei todos os pontos falhos (já tinha alguma experiência com edição de revistas) e no outro dia enviei, com intuito de ajudar, mensagem ao Hélio fazendo uma crítica um tanto severa da primeira edição onde apareceu uma longa reportagem de Ricardo Kotscho.

        A reportagem de Kotscho trazia o perfil de um personagem muito interessante do litoral nordestino, uma ótima história simplesmente destruída pelo repórter que perdera todo o brilho. Lembro-me que eu perguntava ao Hélio na mensagem: “O que aconteceu com o Kotscho ? Desaprendeu tudo o que sabe? Se puder, diga pra ele que quando a gente tem um personagem de valor, não precisa encher o cara de elogios... Conta a história dele e deixe que o leitor descubra que ele é um grande brasileiro!”

        Faz, creio, mais de dois anos que eu o adicionei no facebook. Nunca deu em todo esse tempo qualquer sinal de vida. Bastou que a atual campanha esquentasse e eu, usufruindo dos meus direitos de cidadão, tornasse pública minha adesão à candidatura de Jair Bolsonaro, para que ele mostrasse as suas garras petralhas.

        Já me chamou de canalha, medíocre, e me atirou muitas outras ofensas. No último comentário que ele fez em minha página de facebook, escreveu: “Dirceu Pio, como jornalista medíocre que você sempre foi, poderia pelo menos acertar a grafia do meu nome... Sabia que você era um reacionário cretino, mas não desconfiava que você fosse tão canalha. O que aconteceu com você? Tá fazendo tudo isso, rebaixando-se, de graça? Não acredito...”

        Isto tudo, eu sei, são palavras atiradas ao vento e eu nem tenho mais idade pra me deixar ferir por essas flechas petralhas.



        Só um aspecto me preocupou: pouquíssimas pessoas dessa minha enorme base de amigos do facebook conhecem minha história profissional, de modo que neste longo texto que aqui encerro quis apenas dar alguns poucos exemplos para que todos meus leitores tenham subsídios para me comparar a quem me chama de medíocre. 

 Lula abraçado com o Ricardo Kotscho

28/09/2018

Bolsonaro e a fraude eleitoral.


Por Dirceu Pio

Pela baixa repercussão, pouquíssimas pessoas perceberam a gravidade das declarações do candidato do PSL, Jair Messias Bolsonaro, ainda no hospital, nesta sexta-feira, 28-09-2018, ao jornalista José Luiz Datena sobre as eleições que se aproximam

“Pelo que eu vejo nas ruas – disse o canditado – não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição”.

Delírio ? Presunção exacerbada ? Nada disso. É apenas a manifestação justa e consciente de um candidato que tem levantado multidões entusiasmadas de adeptos por todos lugares por onde passa.

E é também a primeira resposta objetiva à insegurança jurídica criada, por incrível que pareça, pelos tribunais superiores (TSE e STF) em relação ao pleito deste ano, a ser realizado – modelo quase inédito no mundo – por urnas eletrônicas sem comprovante de um só voto – nenhum cidadão brasileiro vai enfim saber o que aconteceu com seu voto, se foi atribuído ao nome que escolheu, se foi atribuído ao adversário ou se simplesmente evaporou numa daquelas totalizações a ocorrer no interior da cada urna.

SILÊNCIO VERGONHOSO

Todos os demais candidatos se calam, vergonhosamente, porque devem imaginar que podem ser beneficiados pela fraude que já foi planejada e preparada por chips implantados na placa digital de 600 mil urnas adquiridas pelo TSE, através de licitações fraudadas, de duas empresas (Smartmatic e a americana Diebold ) de origem suspeitíssima pois enfrentam processos por fraude e sonegação fiscal nos EUA.

Não aceitar o resultado destas eleições a menos que seja vitorioso é a única reação possível de um candidato que realizou grande esforço para impedir a fraude: é de sua autoria o projeto transformado na lei (Lei nº 13.165, ) que instituía o voto impresso e que foi acintosamente derrubada pelos ministros do STF em junho, atendendo representação da procuradora geral Raquel Dodge.

A procuradora, aliás, foi mencionada na entrevista a Luiz José Datena:

- Temos um sistema eleitoral – disse Bolsonaro - que não existe em nenhum lugar do mundo. Eu apresentei um antídoto para isso. A senhora Raquel Dodge questionou. O argumento dela, é que a impressão dos votos comprometeria a segurança das eleições. Pelo amor de Deus. Inclusive estava acertado que em 5% das seções teríamos impressão do voto, mas nem isso foi cumprido.

        Que ninguém se iluda: o cenário que se prevê, caso Bolsonaro perca as eleições, não será nada edificante para o Brasil. É razoável imaginar que ele venha a recorrer a todos os foros internacionais com a justa pretensão de anular as eleições deste ano.

Quem viver verá!

        Tenho o privilégio de ser amigo pessoal de dois gênios da cibernética no Brasil – Demi Getsko e Tadao Takahashi. Devemos a eles grande parte do esforço da implantação da internet no país, desde a época em que a rede era restrita a universidades.

        Ainda no começo deste ano tive um encontro bem prazeroso com os dois num restaurante de São Paulo e ouvi uma longa explanação de Tadao Takahashi sobre segurança da internet brasileira, que ele, sempre bem humorado, chamava de sua “dança do ventre”.

        Menciono aqui um dos pontos da conversa que me chamou, particularmente, a atenção:

- Quando o país se agitava, no governo Dilma, com a história da espionagem do governo brasileiro pelos EUA, vieram me perguntar se isso era possível e eu respondi: vocês até podem escolher o país que vai espioná-los – se não os  Estados Unidos, que tal a China ou a Rússia?

        Em seguida, Tadao explicou:

- Existem apenas três países em condições de fornecer os equipamentos mais pesados (backbounds) para sustentar a internet – nosso fornecedor atual, os EUA; a China ou a Rússia.

CONVICÇÃO

        Esse depoimento do amigo Tadao foi a primeira viga a sustentar a  convicção atual de que está preparada uma megafraude para alterar, se necessário, o resultado das eleições deste ano e não há nada – absolutamente nada! – que possa ser feito para evitá-lo.

        Que fique bem entendido por todos, inclusive por aqueles que acham que as Forças Armadas poderão evitar a fraude: o chip que processará a fraude já foi implantado na placa digital de todas – ou de uma parte – as 600 mil urnas eletrônicas compradas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a realização das eleições deste ano.

        Longe de garantir a segurança do pleito, o cadastramento biométrico dos eleitores funcionará como alerta ao chip fraudador para esconder a fraude.

        O que ainda não se sabe é quantas urnas serão usadas para perpetrar a fraude, possivelmente serão usadas apenas as 70 mil urnas compradas da venezuelana Smartmatic, pois ela teve um longo tempo para planejar tudo... Além de ser beneficiada por uma licitação fraudulenta oferecida pelo nosso TSE ainda recebeu, sem a menor necessidade, toda a criptografia do sistema eleitoral brasileiro de modo que lhe foi permitido escolher a dedo as seções eleitorais que serão objeto da fraude.

        As manobras criminosas do STE não pararam aí: além de não investigar as empresas fornecedoras das urnas, todas elas enfrentando processos de fraude e sonegação fiscal nos EUA, ainda transferiu segredos de Estado à Smartmatic, mesmo sabendo que os três donos da empresa são estrangeiros, não submetidos, portanto, às leis de sigilo brasileiras...

SEM REGISTRO

        O plano é tão ardiloso e criminoso que não foi deixada nenhuma janela que permitisse à Sociedade Brasileira conferir se a vontade do eleitor foi respeitada ou não... Não há qualquer registro ou certificação do voto.

        É claro que se a intenção não fosse barrar a vitória de um candidato que não interesse ao sistema, poderiam ter providenciado a impressão, se não de todas, ao menos de um determinado número delas estatisticamente escolhido, para representar a integridade do pleito.

        As urnas a ser separadas para conferência do voto a voto deveriam ser escolhidas por sorteio auditado pela  Transparência Brasil, como exemplo.

        Caminhamos, portanto, na direção da maior fraude eleitoral da história da nossa jovem democracia. E não saberei nunca o que de fato aconteceu com o meu voto: se foi creditado ao candidato certo, se foi creditado ao adversário dele ou se evaporou numas das malditas totalizações processadas no interior das urnas.

SEM VERDADES DEFINITIVAS

        Sou um jornalista que ainda jovem aprendeu que é péssimo lotar o fundo do cérebro com verdades “imexíveis”, de modo que estou sempre disposto a mudar de opinião ao sabor de novas circunstâncias e novas informações...

        Quando ouvi falar pela primeira vez em fraude pelas urnas eletrônicas, achei improvável, mas não impossível...

        A primeira grande evidência que me foi apresentada pelo amigo Takahashi, encheu-me de curiosidade...

        Iniciei então uma intensa busca de informações e de conhecimento sobre o tema. Descobri a ampla rejeição ao uso eleitoral do instrumento eletrônico em quase todas as democracias do Ocidente.

        O voto eletrônico sem o seu comprovante impresso, salvo melhor juízo, só foi mantido no Brasil e na Venezuela.

        Os melhores especialistas em segurança eletrônica do Brasil estiveram reunidos durante vários anos num Comitê que se desdobrou em pesquisar e estudar as urnas eletrônicas como instrumento da democracia.

        Foi esse Comitê que prestou alta assessoria ao Congresso Nacional na elaboração da lei que tornava obrigatório o voto impresso.

        Depois do esforço extraordinário do STE para driblar a lei do voto impresso e trazer para dentro do sistema eleitoral a Smartmatic, o STF, quase por unanimidade, em maio último, derrubou a lei do voto impresso. O comitê de notáveis se desfez imediatamente, frustrado e indignado...